quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Romance VS Prático

Pertence ao grupo das que orgulhosamente gabam o romantismo da sua cara-metade? Esfrega na cara das amigas a sua pretensão de superioridade com a frase “o meu Manuel Joaquim só faz o que eu mando”? Pare, sente-se e reflicta: é isso mesmo que quer? Um dependente infantilóide para toda a vida até que a morte os separe? Se a sua resposta é sim, a leitura acaba por aqui. Se este tema gera dúvidas ou a resposta é negativa, acompanhe-nos por mais umas linhas. 

Claro que não estamos aqui a defender a submissão e a aceitação do machismo. Saber mandar tem o que se lhe diga e escusado será dizer que não é preciso andar a anunciá-lo. Até porque o espalhar da boa nova, vejam o que aconteceu a Jesus Cristo, pode trazer consequências nefastas, ou seja, a perda da autoridade ou até mesmo a perda do agente mandado – o marido ou namorado.

Para que tudo corra em harmonia é preciso incutir ao agente mandado responsabilidade e poder decisório. Se houve tempos que gostava que a acompanhasse e esperasse por si para fazer qualquer coisa. Convenhamos que, hoje em dia, dá jeito coabitar com um ser minimamente independente que saiba ir ao supermercado sozinho, elaborar uma lista de compras por ele mesmo e saber aferir em sede própria a frescura e viçosidade dos alimentos em apreciação. Esta dependência pode originar telefonemas controversos, basta recordar a ligação da fruta ao mundo do futebol, ou até mesmo culminar numa viagem a dois ao hipermercado mais próximo e à passagem obrigatória pelos acessórios auto e pela secção de informática.

E como atingimos este nível de independência? – Perguntam vocês. Passo a Passo e com calma, respondo-vos eu. Numa ida às compras, peça-lhe para ficar na fila da charcutaria enquanto recolhe outros produtos. Deixe passar alguns dias e sugira-lhe que vá sozinho comprar o ingrediente que falta para acompanhar o prato preferido dele. Mais uns dias e deixe-lhe uma pequena lista de compras e vá, ao longo do tempo, aumentado esta lista até ser seguro deixar a lista de compras de parte e o agente mandado ser capaz de sozinho conceber e adquirir a sua própria lista de compras. 

Nota: A duração da desabituação da dependência depende do grau da mesma no agente mandado. Fiz-me entender? Espero ter sido útil.

Mais uma republicação do blogue antigo.

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