quarta-feira, 30 de abril de 2014

Crónicas de uma viagem: Destino Bairro Alto

Acabado o jantar, paga-se a conta. Dos seis, apenas três se aventuram a encontrar o Bairro Alto. Uma breve passagem pelo Martim Moniz pôs-nos os sentidos em alerta: ò foda-se, está tudo fodido! Freaks da passa (há uma anedota com o trocadilho freak da passa e fraco da piça que, quando tiver tempo, irei contar) e outro povo de profissões pouco duvidosas fazem estranhar o ambiente. Saca-se o mapa para tentar perceber o caminho e caga-se nisso, vamos procurar a quem perguntar a direcção para o Bairro Alto. Na mouche, “é só seguir aquela rua por onde está a ir aquele grupo”. Ok, siga. Ei… já estivemos neste largo hoje. É o Largo de Camões! Que fixe… mas o Bairro Alto é para onde? Calha a outra pessoa que não a mesma perguntar ao taxista:

- Boa noite, para onde é o Bairro Alto?


- Boa noite, a partir dali é qualquer uma daquelas ruas. Há diferentes bares, discotecas, boates, há de tudo para todos os gostos!


- Obrigada.


Sim, estávamos mesmo lá perto e sim, ele disse boates. Foi só uma a perguntar, mas toda a gente ouviu: Foda-se… tão anos 80!


Entramos logo na primeira rua e siga por ali acima. A noite era de revolução portuguesa, mas a música era mais para o exótico e propensa a coreografias. A faixa etária situada na adolescência também não estava a ajudar. Damn it! Estava a correr mal. O atropelo da estrangeira que vinha a olhar para o céu, também abananou um bocadinho os costados. Mas pronto, sobe rua, desce rua, atravessa rua, dobra rua e lá chegamos ao nicho de mercado. Até me vieram as lágrimas aos olhos quando responderam afirmativamente ao pedido: Tem Super Bock preta?


‘bora dar mais uma volta que tem de haver outros sítios. Aquele da esquina parece porreiro, esquece lá isso, está cheio para caralho. E mais uma moeda, mais uma voltinha. O ambiente volta a ficar rarefeito, avistam-se dois polícias a descer:


Eu: Boa noite, posso fazer-lhes uma pergunta?


Polícia: Sim, claro.


Eu: Olhe, onde é que há um bar apropriado à nossa faixa etária, sem música latina e porreiro para bebermos uma… uma coca-cola?


Outro elemento do grupo de três: Podes dizer cerveja que hoje não estás a conduzir!


Polícia: Os polícias também podem beber um copo quando não estão em serviço.


Eu: Pois podem, pronto, um bar porreiro para beber um copo?


Polícia: Têm alguns na Rua da Barroca, viram à direita no final da rua e depois é só descer. Vocês não deviam estar a subir para aqui, esta rua é perigosa. Vocês estavam mesmo a meter-se na boca do lobo.


Eu: (Ò foda-se) Então fizemos bem em perguntar! Não somos de cá, não sabíamos. Estávamos a explorar.


Gess what? Já tínhamos estado na Rua da Barroca a beber a Super Bock preta. Olha, vamos experimentar este Maria Caxuxa.

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