terça-feira, 25 de novembro de 2014

Amor e uma barraca | Capítulo III

Não há amor como o primeiro e não é que fosse moça de se gabar, mas aquela resposta era do melhor. Muitas têm SMS à borla, mas a arte e o engenho para as escrever não é para qualquer uma, pensou Rosinha. E se Deus escreve direito por linhas tortas, ela escreveu torto e clicou em enviar:

- lavu kabecas d vex em qdo!!!!!!!!

Cajó lê a mensagem e não perde tempo com a arrebatadora resposta:

- tenx tempu pra + 1 kabeca?????? dizem q bju bem, max guxtava de xaber a tua opiniao.....

- lol...... hj tou d folga!!!! andu em trabalhux dumextikus!!!

- nao prexixax d ajuda?? sei faxer varias koisas, poxu passar-t a panu.......

Os polegares de Rosinha ficam estáticos, ela não sabe o que responder. Ou melhor, sabe o que responder. A verdade é que sente palpitações localizadas e não é o coração que lhe palpita. Só tem que lhe dizer que venha. Mas receia assustá-lo com tamanho desespero. A vida já lhe provou que a sede em demasia por vezes desagua em bicas secas. Sempre que pode, diz à boca cheia que é muito mulher para algumas bicas, mas a ajuda nos seus afazeres vinha a calhar. Já há meses que sentia aquela fisgada no fundo das costas. Sabia bem a origem dela. Ora curvada, ora de joelhos, arranjar unhas não dá saúde a ninguém.

4 comentários:

  1. Estou a ficar viciada na tua Rosinha :D
    Se não se pode curvar nem ajoelhar, é melhor não ir à missa!

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    1. Já lhe disse isso da missa, mas ela insiste. Diz que que só lhe falta o crisma :D

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    2. São sempre as maiores santas, benza-as Deus! :D

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    3. É isso, está-lhes no sangue dar a entender ou parecer aquilo que não são :D

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