sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O melhor irmão do mundo era meu

Eu sei onde estava a 31 de Outubro de 2001. Estava no autocarro da Rede Expressos. Vinha de "fim de semana" e tive como companhia de viagem a Ana Sofia. Peguei no telemóvel várias vezes para o pousar o mesmo número de vezes. Queria ligar ao meu pai para dar o recado à minha mãe: mãe, esmera-te no jantar que eu vou chegar cheia de fome! Não o fiz, era um pedido ridículo. A minha mãe sabia que eu estava a chegar. E não precisava de pedir, ela nunca falhou nos meus favoritos. Também sabia que o meu pai não me ia ouvir bem, teria de gritar e repetir tudo uma e outra vez. Não precisava que todos os tripulantes ficassem a saber que a "princesa" estava a encomendar aos berros o jantar ao pai. Quando cheguei a casa já não te vi. Não falei contigo. Devia ter ligado. Não ia adiantar nada. Queria ter-me despedido de ti. De vez em quando ouço KoRn e Moonspell. Primitive Reason também. E imagino que ainda aqui estás.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O critério do morto-quilómetro já não é válido

Credo, acordaram agora para a vida ou a devassa dos vícios privados do José Carlos Pereira foi a gota de água? O CM é assim todos os dias. Este saberá defender-se, outros nunca saberão que foram usados.

Questões práticas

- V., não há nada a fazer. É de nascença. Patrícia, irmã da pátria, e Catarina dos Cátaros, puros e castos. A irmã pura e casta! Não há volta a dar!

- Podes sempre tentar mudar de nome. O que achas de Fanny, é suficientemente badalhoco para ti?

Misericórdia, por favor!

Concordei logo à primeira frase. Ainda assim repetiu mais umas trezentas vezes. Usou outras palavras, mudou o sujeito de sítio e a semântica manteve-se. O problema é meu, só pode ser meu. As constatações podem ser de cacará, um mais um igual a dois, só não vê quem é cego e se o leite vem da vaca, logo é a vaca que dá o leite. Para preservar a minha saúde mental, preciso de arrumar com o assunto logo ao primeiro enunciado. Ou ao segundo, não posso ser demasiado ambiciosa. Tenho que concordar mais efusivamente: Foda-se, pá! É que é mesmo isso! Tu vês longe para caralho!

Shameless

Tão fixe.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Não consigo parar de rir


E o que há a dizer sobre Cyanide and Happiness? Os bonecos são toscos, nem sempre têm piada, algumas piadas são de mau gosto e às vezes chegam a ser ofensivas. Claro que também gosto de coisas mais fofinhas, mas o lado negro do humor é a minha fraqueza.

Nic-pic


Nunca falei delas aqui. Conhecemo-nos por razões profissionais. Penso que já posso falar em amizade sem parodiar. Já nos tratamos por tu e falamos em off the record. Os almoços e jantares nunca são normais, mas o piquenique com pizza de take away e sumos de supermercado foi o mais anormal. Vocês são as maiores, pá!

“Another November”


Não conhecia Laura Stevens, não sei se alguma vez passei os olhos por algum trabalho dela. Fiquei a conhecer alguma coisa ontem, quando a Z. me enviou o link. Gosto ver representações das fragilidades humanas e gosto de as ver transformadas em forças.

“Another November” mais do que retratar o fim de relações, é, como a própria fotógrafa diz, o registo das “mudanças que ocorrem em mim, de sentimentos de dor, confusão e solidão na reconstrução da minha identidade como um indivíduo”.


Depois de ver as imagens, pensei nos amigos que terminaram o luto e que começaram a reconstrução. Do que tenho observado, é mais complicado ficar sozinho do que sozinha. Eles temem mais a solidão. Elas são mais independentes. Conheço apenas uma excepção. Com certeza que haverá mais, mas só conheço uma. Posso estar enganada, não é fácil ser-se imparcial. Pertenço à facção delas. Não sei se podemos falar em força, mas acho que somos mais fortes nestas coisas. Aprendemos bem lição, reconstruimos com firmeza a identidade e não queremos voltar a perdê-la em vão. Eles aceitam qualquer coisa, não querem ficar sozinhos para o resto da eternidade. Elas procuram defeitos no mais ínfimo pormenor.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Estou rodeada de génios

- Está um alarme a tocar!

- Todos os alarmes tocam. Se o meu carro não tem alarme, logo nunca é o meu alarme a tocar.

É só para avisar que o Messias chegou

Sim, chegou. Anda na A4, sentido Porto/Amarante. Claro que tenho a certeza que é o Messias! Quem mais andaria a menos de 90km/h numa auto-estrada sem chuva? A esta velocidade só pode andar a espalhar a boa-nova.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Mercado do Bom Sucesso


Entre apocalípticos e integrados, considero-me integrada. Falam-me em cultura de massas e respondo com democratização. Mas, realmente, o polir de algumas arestas esbatem diferenças que nos fazem únicos. E ao ler esta notícia, Mercado do Bom Sucesso do Porto premiado em Nova Iorque, senti-me dividida entre o orgulho e saudosismo. O Mercado do Bom Sucesso está bonito? Sim, está. É um espaço agradável. Ainda este Sábado passei por lá, fui às tapas das conservas Ramirez. Então, porque me sinto dividida? Vivi muitos anos - infância, adolescência e primórdios de “jovem adulta” - na zona Boavista, lembro-me de ir ao mercado e sentir o cheiro a “Bolhão”, sentir aquela mistura quase enjoativa de cheiros de flores, legumes, enchidos e peixes. Lembro-me de estar na paragem do autocarro, o 84 para o Monte da Virgem e o 86 para Santo Ovídio, e ver o reboliço das entradas e saídas dos fregueses e das descargas tardias. Fazia sentido manter um Mercado de Frescos? Se calhar não. Mas, salvaguardando algumas diferenças, agora é mais um Shopping numa zona de Shoppings. Posso pedir para não requalificarem o Bolhão?

Sempre que vou a algum lado, fora ou dentro do País, e tenho conhecimento da existência de Mercados, gosto de visitá-los. Considero-os úteis para conhecer a realidade e cultura local.

domingo, 26 de outubro de 2014

As histórias da minha vida

Nem tanto nem tão porco - Pérolas a Porcos 2, Stephan Pastis
As pessoas sentem que podem falar comigo. Pessoas que não me conhecem de lado nenhum, contam-me as suas desgraças. A maior parte das vezes apanham-me desprevenida. Mas, quando estou atenta, já consigo decifrar as movimentações de quem se está a preparar para o fazer. E, apesar de fazer parte do meu charme natural, adopto a cara de ainda mais enjoada para dissuadir o carpidor ou carpideira de mágoas. O meu irmão chamava a este tipo de expressão facial a cara Titanic: "tantos anos passados sobre o incidente e ainda continuas com cara de enjoada." Já se sabe que com a idade as coisas tendem a piorar, motivo pelo qual a cara Titanic é assustadora. No entanto, ainda não a consigo reproduzir na perfeição. E as pessoas avançam sem medo. Dou o peito às balas e ouço coisas muito estranhas - quem me acha estranha por pintar as unhas dos pés no Inverno ainda não viu nada nesta vida. Estranheza que não percebo. Confesso. Dizem que é por andar com os pés tapados, mas nem sempre me apetece sorrir e trato dos dentes na mesma - e histórias de vida muito, muito fodidas. Não é complicado ouvir, até porque ninguém quer ou está à espera de respostas ou soluções. Precisam só e apenas de falar. E eu vou acompanhando com as interjeições esperadas. Não é difícil, a coisa só complica quando o orador não tem os dentes frontais e a linha do bigode ultrapassa o lábio inferior: não percebi um caralho do que o homem disse. Literalmente!

Olhei para a Nossa Senhora do Amparo, comi um pão de alfarroba, comprei O Seringador com as previsões para 2015, vi uma Travessa com um nome engraçado e consegui chegar a tempo ao teatro!






Não percebo nada disto

Andar de cabeça no ar, ser agarrada pelo chão, sentir palpitações, estremecer com memórias futuras, ouvir o sol, sentir as estrelas, ver o mundo a uma velocidade própria, ter pressa em acordar, querer adiar a hora de deitar, confirmar as entradas e saídas da caixa de mensagens... tenho emprestado os meus ouvidos.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Andei na rua


Knock, knock! Who's there?

Às vezes saio para visitas exploratórias e/ou preparatórias. Havendo material para transportar, vou com motorista. Se é verdade que me adapto a tudo - excepto porrada e fome -, também é verdade que tenho preferência pelo motorista:

- Sr. Adooooooolfo!
- Não sou dias, caralho!

Life extended

Tens um problema. Depende de ti e não consegues resolvê-lo. Depende dos outros e não podes fazer nada. Foda-se, se não há nada a fazer, aproveita o sol e não te preocupes com isso. É o que eu tenho a dizer sobre este Verão tardio.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Se calhar estou a entrar no estúdio errado

Primeira aula de Pilates:

Professor - e agora umas palmadas para relaxar os glúteos.

Segunda aula de Pilates:

Professora - inspira e levanta a anca, expira e encaixa a anca. É um bom exercício de respiração, quando não conseguirem dormir, podem fazê-lo em casa: expira e encaixa a anca, expira e encaixa a anca. Não há uma música assim?

Eu não sei se há uma música assim, mas já vi disto em filmes.

O que não nos mata, torna-nos mais fortes

Fazer a VCI para lá e para cá duas vezes com dois dias de intervalo e em dia de jogo no Dragão, desenvolve nervos de aço. Agora, para testar o ganho desta resistência sobrenatural, vou ouvir o Du hast dos Rammstein e tentar contrariar a vontade (reflexo) de me esconder num canto em posição fetal.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Hey, ho, let's go!


*Onde é que estão as caveiras, pá?

 * Chegou ontem.Obrigada.

A criança (adolescente) dentro de nós

- Tenho hoje a consulta de nutrição no ginásio.
- Vê lá, tens de ser sincera com a nutricionista e dizer-lhe tudo!
- Eu sei, Z., vou sincera.
- Tens que lhe dizer que queres ganhar uns quilos para ficares gostosa!
- Ahahahaha... vou dizer-lhe isso!

Caralho, Z., era UM nutricionista e não UMA. Não tive coragem de expor a razão. E, quando me mediu o perímetro abdominal, não percebi se teve medo de me partir ou se receou que eu o mordesse.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Eu já...

... ultrapassei um Jaguar. Foi hoje. Ultrapassei eu, o Mégane, o Polo e o 208. Se calhar não fui assim tão especial.

domingo, 19 de outubro de 2014

E quando a amiga resolve mostrar-me as mais valias do desporto...

... acontece isto.

Cada um tem o que merece


Seis à mesa para jantar, já nos conhecemos há algum tempo e, diferenças à parte, gostamos uns dos outros. Mas às vezes os ânimos aquecem na defesa dos argumentos. Palavra puxa palavra e "eu vejo o mundo como um todo, não o vejo dividido em continentes como tu" e  "não estás a perceber, isso demora décadas. Antes disso, serão os ébolas e outras doenças que vão atingir os mais frágeis" e "qual ébola, qual quê?! O mundo está esgotado, não há por onde crescer, nem sequer há espaço para o lixo que fazemos!" Situações difíceis, exigem medidas drásticas e alguém fora da discussão, tal como eu estava, arrisca:

- V., já contaste as tuas piadas sobre o ébola?

Percebi o pedido de ajuda, mas estava ocupada a roer o ossito caramelizado e não pude responder logo ao apelo. E a coisa continuou com "eu não estou a dizer que não aconteçam esses fenómenos das alterações climáticas, mas isso demora tempo" e "mas vai acontecer, já acontecem e pode acontecer outra idade do gelo e em segundos congelamos e desaparecemos do mundo!" Pronto, inspirei e acabei com o assunto porque numa coisa têm os dois razão, mais tarde ou mais cedo ou de uma maneira ou outra, vamos rebentar todos:

- Gostava de ter um congelador desses... olha, achas que ainda tenho tempo para usar os biquínis que comprei este ano? 

Sucesso. A coisa acalmou, mas não por muito tempo. A anfitriã tem tendências vegetarianas e a Maria P., imbuída de espírito humorístico, diz "fizeste uma pausa nas ervinhas?" A resposta à provocação surge rapidamente: "que remédio, vocês são todos uns carnívoros! Tens a noção de quanto é que se gasta para produzir os cereais que as vossas vaquinhas comem? Há um consumo exagerado de carne, não é possível criar vacas só com pasto. A quantidade de cereais que se produzem para esse fim, dava para alimentar milhares de pessoas! Reduzindo o consumo de carne, estamos a poupar recursos!" Pronto, como prefiro dar um "boi para não entrar na briga" e não me importa ser burra, até porque ninguém está à espera que eu seja esperta, entrei em campo:

- Gosto de carne, mas sempre tive muito cuidado com a alimentação. Antes custava-me imenso beber sumo de maçã. Comecei a pôr-lhe um bocadinho de vodka e agora já o bebo sem dificuldade. Vou fazer o mesmo com as papas de aveia.

Graças ao meu suicídio social, a continuidade dos jantares está assegurada. Mereço uma medalha.

sábado, 18 de outubro de 2014

Não se discutem os gostos

- Ouve isto! Têm uma certa piada, não achas?
- Humm... Bem, alguém tem que gostar disso. Eles têm que ganhar a vida.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Lamento, às vezes escorrega-me o pé para o azeite

Começo pela TSF, depois entro em modo zapping e vou carregando no scan e acidentes acontecem a todos e todos os dias. Fica no ouvido e dificilmente se consegue apagar.

Ora bolas, não sou normal!


CM, era preciso ir por aí?

http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/medico_atropelado_em_passadeira.html

Vou usar uma frase batida, um cliché, chamem o que lhe quiserem chamar, mas este homem é um senhor. E não é por ser pai, é por ser ele próprio. Já tive a oportunidade de assistir a algumas das suas conferências e espero sinceramente voltar a ouvi-lo.

Em tempos, vi dEUS na Casa da Música


Também já vi Quim Barreiros na Agrival, mas não me vou vangloriar por isso.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Cenário hipotético

Cabe na cabeça de alguém preparar um simulacro de incêndio com direito a máquina de fumo e esquecer o DJ e a máquina de finos? Organizam as coisas no secretismo e depois acontecem falhas destas.

"Não sei para onde vou. Sei que não vou por aí!"

- Então?
- Gosta de Doors, nunca gostei de Doors.
- "This is the end, beautiful friend, this is the end, my only friend, the end..."
- Pára com isso, onde é que tens o carro? Está a chover!
- "Riders on the storm..." 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Foda tracinho se

 
Não aguento mais, a sério, não dá para aguentar o homem. Sempre a trazer alterações, correcções e considerações pessoais sobre assuntos que não lhe dizem respeito. Mas o pior, o pior mesmo é achar que tem piada com as merdas que diz. Por favor, se alguém aparecer morto, digam que estive sempre aqui!

terça-feira, 14 de outubro de 2014

O frio, ainda que ao de leve, tem destas coisas

Trago a écharpe que me aconchegou o pescoço nos Pixies. O dia prometia chuva da pesada, o frio não estava na meteorologia. A P. sempre preparada, eu e a O. aproveitamos o jantar no Bom Sucesso para nos prepararmos. A O. comprou uma e eu comprei a que trago hoje. Lembrei-me da O. e da P. e já enviei SMS.

É por estas e por outras

Tenho um amigo que defende com convicção que o pole dance deveria ser modalidade olímpica.


Os meus amigos são normais. São todos normais. Têm algumas particularidades, mas isso não faz deles doidos.

Que comecem os dias frios

É cool gostar-se das estações mais frias. Sou uncool. Gosto do Verão. Todos os Outonos e Invernos, morro um bocadinho. Morro, juro que morro. Basta olhar para a minha cara.  A minha cara já teve melhores dias e foi no Verão. E para não correr o risco de morrer até ao último pedacinho vivo, planeio mudar-me para um país tropical. Um dia vou e que se fodam os tsunamis, tempestades, dengues e malárias. Desde que os possa encarar com camisolas de alças e chinelos de dedo, estará tudo bem. Enquanto esse dia não chega, e à semelhança dos anos anteriores, declaro aberta a época de uso do Star Bronzer e do Terracota.

Ainda há cavalheiros

Na mala do carro tenho óleo para o motor, líquido de refrigeração para o radiador, detergente limpa-vidros, cabos de bateria e spray tapa-furos. Já precisei de meter as mãos em todos, excepto no primeiro e no último. Até ontem. À data de hoje só me falta usar o último:

- Preciso dos teus dotes masculinos. É para acrescentar óleo. Acendeu a luz quando vinha para cá. Não precisas de ser tu, tenho quase a certeza que consigo fazê-lo sozinha. Mas dava-me jeito a supervisão, pode ser?

Resposta positiva, junto ao carro explicou-me tudo e não me deixou fazer nada. Sendo assim, continua-me a faltar a prática do primeiro e a teórico-prática do último. Mas não fiquei incomodada, pelo contrário, agradeci a gentileza. E nem levei a mal a observação:

- Nunca fui a tua casa, mas, pelo que vejo nas fotografias, parece-me bem... nunca viste aqueles memes com as diferenças entre quartos e carros femininos e masculinos?



Obrigada pela ajuda e o café é por minha conta, mas, R., se me estás a ler, que exagero, pá! O carro tem algum pêlo de cão, uma garrafa de água vazia e as papeladas que depositam nos pára-brisas. E não acredito que a tua mulher aprecie um quarto neste estado!

domingo, 12 de outubro de 2014

Vou acreditar que se trata de um 'thumbs up' divino


Já estou nos trinta e já há alguns anos que decido o que visto e o que como, já tenho as minhas próprias contas e dívidas, pago os meus impostos, trato do agendamento das minhas consultas médicas e sou responsável pela minha comparência a tempo e horas, ninguém me acorda para ir trabalhar, tomo banho sozinha e preparo o meu próprio pequeno-almoço. Os meus sobrinhos estão maiores do que eu - um com 1,82 m e outro com 1,90 m para ser mais precisa. Chegou a altura de deixar de ver " bonecada", pensei. Mas afinal, acho eu, tenho uma missão divina que se revelou da seguinte forma:

- O meu filho está sempre a pedir-me para ver o Brickleberry. Achas que ele pode ver aquilo?
- Que idade é que ele tem?
-Tem onze.
- Não, não pode. Para não ficares como má da fita, vai deixando ver o Family Guy.

Linhas de apoio

A box da sala deixou de funcionar. Liguei para o apoio técnico. Quarenta minutos ao telefone com "desligue o router, ligue o router, vou pedir-lhe que aguarde, obrigada por ter aguardado, desligue a box, espere dez segundos, ligue a box, vou pedir-lhe que aguarde, obrigada por ter aguardado, desligue a box da corrente, ligue a box, vou pedir-lhe que aguarde, obrigada por ter aguardado, verifique se cabo entre o router e a box está correctamente colocado, vou pedir-lhe que aguarde, obrigada por ter aguardado, está localizado na parte de trás da box um botão de reset, só é possível aceder a esse botão com uma agulha ou palito, pressione o botão, ligue e desligue a box quatro vezes com cinco segundos de intervalo entre elas, vou pedir-lhe que aguarde, obrigada por ter aguardado, deve ser avaria da box, vou agendar a visita de um técnico, vou pedir-lhe que aguarde, obrigada por ter aguardado..."

Tendo em conta que o router e a box em questão não coabitam no mesmo espaço, que assim de repente não sei onde tenho palitos ou agulhas e que a box não está suspensa no ar para facilitar o acesso a 360° graus, para quê gastar dinheiro no ginásio? ‘Bora ligar para o apoio técnico!

Pronto, já recebi a visita. "Cabo roído com uma emenda amadora de três anos" - as aulas de electrotecnia do 7°, 8° e 9° ano continuam a dar-me confiança para mexer em cabos, sejam eles eléctricos ou não - foi o problema técnico detectado.


Não a posso castigar duas vezes pela mesma coisa, não é?
E ela até gosta de ver televisão.
Nota-se bem que ela está arrependida.

Truques da mente

Sonhei que me dizia tudo o que eu queria ouvir. E que este repentino acto de contrição público incluía todos aqueles que deviam ser incluídos. O sonho era meu, mas não me reconheci na calma do ouvinte. Quem não se sente, não é filho de boa gente.



sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Tens a certeza?


Disse-me que era para dar sorte e protecção. Agora só me falta a vacina da gripe e estou pronta para o armagedão!

Três factos isolados

O Inimigo Público

A vida na rede social Ello
Estes sapatos ainda dão que falar:

- Se o Joe Strummer te visse com aqueles sapatos, tinha um desgosto.
- Não tinha nada, tenho a certeza que ia gostar!

A propósito do Dia Mundial da Saúde Mental

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O ABC da cueca

Eu tive um blogue, um outro blogue, um blogue com mais três pessoas. Muita parvoíce foi escrita. Se foi divertido escrever, as reuniões virtuais sobre os temas a abordar foram ainda mais divertidas. Como exemplo da parvoíce, a pedido de alguém que já considero amiga, publico este texto de 15 de Novembro de 2011.

Na senda de vos poder ser útil em alguma coisa, publicamos, aqui, um acervo de alguns dos mais populares modelos de cuecas femininas existentes no mercado.  Pretendemos dar-vos a conhecer a denominação destas e, com isso, poupar-vos o embaraço no processo de aquisição e de comunicação com a menina do estabelecimento comercial. Esta ajuda é p’rá menina e p’ró menino. 

Cueca Fio-Dental
A cueca fio-dental caracteriza-se por um tira de tecido que passa entre as nádegas e que se une a um pedaço de pano reduzido, cobrindo apenas uma das partes íntimas. Quando bem colocada, é a parte da frente que fica tapada.Também há quem lhe chame tanga. Existe a versão String e versão Asa Delta.



São perfeitas para roupas e vestidos justos. Ao usá-las deverá ter em mente que as tangas são muito giras, mas não são para andar à vista. Não há nada mais feio do que ver, diante dos nossos olhos e em pleno espaço público, uma tira de pano entre  as nádegas de terceiros.

Cueca Bikini
É maior que a tanga, mas continua a ser pequena. São dois pedaços de tecido que se unem, passando por entre as pernas. Cobrem razoavelmente o atrás e o à frente. Dão um jeitaço para quem gosta de usar cintas descidas.


Não vou arriscar ferir susceptibilidades, não vou falar em faixas etárias, mas a partir de uma determinada idade, a cintura descida não é opção.

Cueca Clássica
Maior que a tanga e maior que a cueca bikini. A ciência da peça é igual à anterior, a diferença está na quantidade de tecido utilizado. Fica tudo bem resguardado.



Este modelo é democrático, dá para todas as idades e para todos os tamanhos.

Boxer (culotte)
Nem só o homem vive de boxer, há a versões femininas para este artigo e bem bonitas. São uma espécie de calções que, tal como a sua congénere masculina, podem ser mais curtos, mais comprido, mais justos ou mais largos.




A palavra a reter é conforto. O boxer tem tamanho suficiente para não deixar entrar o pano, nomeadamente, para o meio das nádegas. Aqui há a certeza de que não haverá ‘cueca na gaveta’ e a respectiva tentativa de malabarismo discreto para a tirar de lá.


Nota: Os modelos apresentados podem ser vistos em womensecret.com

Só porque sim


Há uma linha que separa

O mundo laboral não se compadece com os problemas pessoais, já o sabemos, logo não vale a pena andar a falar neles. Mas há sempre quem insista em fazê-lo para mal dos nosso pecados.

Além deste tipo de pessoas, que insistem em falar dos problemas pessoais no local de trabalho, há também quem insista em saber da vida daquelas que optam pela descrição e recato. Sendo esta última bem pior que a primeira visto que, estas pessoas, têm tendência a serem piores que o papel higiénico de má qualidade: não absorvem, só espalham.

Até aceito o desabafo pessoal, mas exijo o mínimo de convivência e empatia para poder compadecer-me. Ou seja, em oito horas de trabalho pelo menos sete horas têm que ser passadas com o "desabafante". Claro que há desabafos que podem funcionar como terapia de grupo ou contribuir para um momento divertido e de relaxamento. Não me importo de ouvir falar sobre as gracinhas e asneiras dos filhos. Suporto bem ouvir falar das férias e as queixas sobre a sogra, bem como o impacto da crise a nível da economia doméstica e as estratégias adoptadas para a fintar. Agora, há outras coisas bem mais pessoais que deveriam permanecer íntimas ou, se precisam mesmo de falar sobre isso, procurem ajuda profissional: um psicólogo ou um advogado.


Estava no outro blogue, ia buscar outra coisa e trouxe este.

Não sei se me faço entender

Não gosto de falar aqui sobre coisas sérias. Mas num mundo onde há pais que se recusam a vacinar os filhos, onde são quebrados protocolos perante a tuberculose e a gripe, onde a SIDA passou a ser vista quase como uma doença crónica e não uma doença infecto-contagiosa, tenho que admitir que me aflige todo este pânico com o Ébola. Atenção, não estou a dizer que não se deva estar atento e informado. Estou apenas a reforçar que devemos ter essa preocupação e cuidado em tudo.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Ébola de Ouro 2014


Eu ficaria mais assustada com tuberculose ou gripe. Mas eu não sou jornalista.

Notícia CM aqui!

Crónicas do Ginásio: Pilates

O meu problema não é a flexibilidade, é a coordenação. Às vezes pergunto-me como é possível conseguir conduzir. Mas passa-me rapidamente. Não posso estar a pensar em merdas enquanto conduzo. Distinguir esquerda ou direita no imediato também é coisa que não me assiste. E porque no peito de um descoordenado também bate um coração, passar vergonhas e ser motivo de risota alheia são os meus receios neste tipo de actividade física. Mas como gosto de experimentar tudo - ou quase tudo - pelo menos uma vez, tirei a senha e avisei o professor que era a minha primeira vez em Pilates. Apesar de toda a ajuda e atenção, a descoordenação não se deixa dominar tão facilmente:

- Correu bem, mais 30 aulas e estás no ponto!
- Obrigadão, aposto que diz isso a todas!


Serve esta imagem para confirmar a tendência para as fluorescências. Gosto destas cores nas indumentárias do ginásio e na roupa interior. Too much information?

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Sou má pessoa?

Soube que é prática corrente, no entanto custou-me fazê-lo. E neguei-me. Mas depois da conta final feita, não havia como não fazê-lo. Dez euros é dinheiro e pagar menos dez euros na inscrição, já é alguma coisa. Em troca da subtração na soma das três parcelas, pediram-me cinco contactos. Pedi alguns dias para avisar as pessoas e dei nomes e números. E depois comecei os telefonemas. Senti-me como se estivesse a avisar alguém da possibilidade de contágio em cenário de DST:

- Olá, então? Estás fixe? Olha, preciso de te avisar de uma coisa e espero que me perdoes. Dei o teu contacto no ginásio, vão telefonar-te. Pediram-me cinco nomes em troca de um desconto de dez euros.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Pode ser que me passe

Se me entusiasmo por conseguir usar com sucesso um abre-latas, entusiasmo-me com qualquer coisa. É um facto. No meio de tanta conversa paralela, "onde entra toda a gente desde que seja honesta", bolo de aniversário à mistura com tanta coisa que não conheço, o deslumbramento acontece:

Esta sexta-feira fiquei a saber que "o que fica caro numa ida à Dinamarca é a estadia. Tens muitas coisas para ver e não precisas de pagar por isso" e que "a Dinamarca é auto-suficiente em termos energéticos, em energias renováveis, não em energia de combustíveis fósseis. E até já exporta energia!". Já tinha ouvido relatos sobre o mundo à parte que é Christiania no reino da Dinamarca, mas fiquei a saber um bocadinho mais. "Londres é uma cidade à escala humana ao contrário de Paris. Em qualquer esquina tens onde comer e beber." A Londres já fui, mas foi interessante ouvir visões diferentes sobre os locais onde estive e novidades sobre outros que não tive tempo para ver. Sobre Paris não pude acrescentar nada, estive lá o tempo suficiente para comer um hambúrguer e pôr-me a caminho de Barcelona - o conta-quilómetros começou em Hamburgo, passou por Amesterdão e Antuérpia antes de chegar à Cidade Luz. Vi o Arco do Triunfo e a Torre Eiffel ao longe, temi pela minha vida na circulação da rotunda parisiense. Mas nada está perdido, em não acontecendo nenhuma catástrofe a mim ou à cidade, I 'll always have Paris para visitar. Um dia, meto-me num avião e vou lá tomar café, "não vás de Ryanair que eles deixam-te num armazém. Precisas de duas horas para chegar à cidade". Tudo muito interessante, mas, confesso, o meu delírio foi com as artes marciais e "para saberes fazer, tens que saber como é que dói" - e não é assim em tudo? O meu lado infanto-juvenil-maria-rapaz emergiu - desconfio que nunca me livrarei dele tendo em conta a minha vontade de resolver assuntos com quebras de rótulas:

- Consigo magoar alguém só com um dedo?

domingo, 5 de outubro de 2014

Nativos digitais?

A última leitura feita por eles foi em Janeiro. Farta de pagar 60, 70 e 80 euros à EDP, arrisquei na leitura do contador. Abri a porta e olhei para o bicho. O bicho é digital e vários números foram apresentados à vez. Consegui perceber que um desses números correspondia à hora, os outros não passavam de chinês para mim - o que faz sentido, tendo em conta a realidade actual da empresa. Apontei-os para tradução. Todas as pessoas que conheço - estou a exagerar, só perguntei a três alminhas - têm um contador que gira o disco e toca apenas um número. Para registar a leitura, pediram-me o "em vazio" e o "fora do vazio". Tentei apurar os valores por comparação com as facturas anteriores. Leitura em dia e esperei ansiosamente pela nova missiva.

Sinal de nova mensagem de correio electrónico e "a sua factura digital está disponível". Cheia de confiança, cliquei em abrir. Felizmente estava sentada, levar com 318 euros pelas ventas adentro, abana qualquer assalariado com responsabilidades domésticas. Só pode ser um engano, ligo e diz que são acertos e que está tudo bem. Digo que não pode ser e enumero os argumentos. Avança com a teoria da avaria do contador e explica-me como testar. Confesso a quem está do outro lado que me vi grega - e não nos vemos todos como gregos? - para decifrar os valores apresentados. E que eles é que deviam verificar a avaria: "fazemos isso, mas, não havendo avaria, tem que pagar a deslocação." Peço-lhe então que me faça a legenda para a leitura: "hora, data, código, em vazio, fora do vazio e somatório dos últimos dois valores". Agradeço ironicamente e com consciência de que a ameaça "se eu tiver que pagar 318 euros à EDP, está tudo fodido!" ficou gravada.

Chamada desligada e com vontade de me mudar para o paleolítico - parece-me que na altura também estavam na moda os coletes e casacos de pêlo -, olho mais uma vez para os números que apontei: foda-se! Dei a data como sendo a leitura em vazio! Novo telefonema demorado e com duas pessoas diferentes, mas objectivo atingido: "esqueça essa factura, receberá uma corrigida no valor de 44 euros." Desliguei com plena consciência de que o lamento " fui agressiva com a sua colega sem razão. Espero que ela me consiga perdoar" ficou gravado.

Guimarães, noc noc








Why'd you only call me when you're high?

A fazer doutoramento na faculdade onde ela trabalha. Enquanto dura o plano de estudos, vai vê-la e até aproveita a ajuda que ela lhe pode dar na tese. Ela sente que há ali qualquer coisa, mas não avança. Ele convida-a para um jantar com amigos em casa dele e até lhe propõe fazer parte de um projecto. E nada mais. Feita a apresentação, acaba-se a razão de continuar por cá. Vão jantar, desta vez só os dois. Ele confessa que ela o atrai, mas que já é tarde para tentar alguma coisa. Perante isto, ela concorda. Acabam o jantar e cada um para seu lado. Noite alta e ele envia-lhe uma mensagem. Ela responde que sim. Ele assume a responsabilidade do quando e onde. Mas não o faz. Sem tentativas de contacto durante dias a fio, só consegue pensar que ele não só brincou como se aproveitou dela. Sem contar, mais uma vez pela noite alta, recebe um e-mail. Ele quer explicar-se. Ela aceita ouvir a explicação porque sente que precisa de a saber. Mas o contacto acaba mais uma vez ali, acaba na resposta dela. Como não há duas sem três, novamente do nada e pela noite alta, chega a mensagem. Resiste ao impulso e pergunta-me se deve responder, acha que "ele bebe uns copos e dá-lhe para isto". Digo-lhe que não responda, não faz sentido, não merece que ela perca tempo com ele. Guess what? Ela responde e ele nada. Pede-me ajuda para tentar perceber. A minha opinião? Até pode ter algum interesse nela, mas o que me parece é que ele quer uma suplente para o caso de alguma coisa correr mal. Assim que a sente a desaparecer, acena-lhe com a possibilidade. Há um comportamento similar nas relações já esgotadas. Pode estar tudo muito mau, mas eles só saem quando arranjam substituta.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Voyeur

voy·eu·ris·mo |vuàiâ|
(francês voyeurisme)
substantivo masculino

1. [Psiquiatria] Patologia que consiste na obtenção de prazer sexual pela observação dissimulada de cenas de cariz íntimo ou erótico.

2. Curiosidade patológica por tudo o que é privado ou íntimo.


Está castrado e como a curiosidade matou o gato, assumo que o caso dele seja o segundo ponto.

Crónicas do Ginásio: o primeiro dia foi ontem

"Se a minha prima não for, vens comigo à aula de Body Pump?", perguntou a Z. Sim, claro - respondi. Mas a prima foi, óptimo. Pude dar andamento à minha intenção inicial: Agarrar-me às máquinas sem me sentir sozinha e indefesa no meio de armários.  

Fui de calções para verem o que a casa gasta. A casa gasta o S, na loucura gasta o M porque nem sempre chegam as mangas. No entanto, calço o 40. E isso já deve assustar qualquer coisinha. Dei também cumprimento à tradição de levar algo fluorescente. Devo ter uma costela sul-americana. Mas é só costela, a bunda não abunda por estes lados.
 
Tenho que usar calções mais curtos, não é?
Como o ponteiro teima em não subir, decidi-me pelo plano para aumento de massa muscular. Pedi à prima para mexer no computador, não queria repetir a desgraça. Mas fomos apanhadas pelo Bruno:

- Há quanto tempo não vem a um ginásio?
- Há um ano.
- Não pode começar já com esse plano. Tem que fazer a adaptação muscular. Se o fizer, amanhã, não se levanta!

Pronto, plano furado. Lá segui as indicações. Queria resolver isto o mais rápido possível. Não, não faço exercício por amor. Faço por interesse. Interessa-me não só chegar lúcida a uma idade avançada como também conseguir andar.