domingo, 30 de novembro de 2014

Passos Manuel a cruzar Santa Catarina


Um pormenor na Avenida dos Aliados


Quebra-nozes, o resumo


- Não tive tempo de pesquisar, conta-me a história para não ficar às aranhas!

- Conto, claro. Então, resumidamente, isto é assim: um pai, uma mãe, dois filhos e um tio freak que pratica artes mágicas e dá presentes de Natal do caralhão. Decorre a festa de Natal, os miúdos entusiasmadíssimos com as prendas que o tio vai apresentando. Chega a vez do quebra-nozes em forma de soldado, a miúda adora e vai partindo nozes. O bardina do irmão, mesmo à gajo com a mania das grandezas e à bruta, agarra em nozes descomunais para partir e fode o quebra-nozes. A irmã, mesmo à gaja histérica, desata num berreiro e fica estipulado que a miúda será a única proprietária do soldadinho. A festa acaba, a miúda agarra no boneco partido e vai dormir. E aqui começa a fantasia. O soldado passa a carne e osso. Há uma batalha entre o exército do quebra-nozes e um exército de ratos. Não me perguntes o por quê dos ratos. O bailado é baseado num conto de Hoffmann, mas não o li. Por isso, não sei. O soldado sai vitorioso da batalha, transforma-se num príncipe e leva a Clara, a miúda chama-se Clara, a visitar dois reinos: o reino das neves e o reino dos doces. No primeiro conhece o rei e a rainha do dito, no segundo reino há uma fada a distribuir doces de outros reinos. É tudo muito bonito, o tempo passa, a miúda vai acordando e, toda fodida da cabeça, descobre que foi um sonho. The end. Vais gostar. Em Janeiro temos o Lago dos Cisnes. Esse é de fazer chorar as pedras da calçada! Queres que te conte o enredo?



Também vou dar um saltinho ao Rivoli já dança!

Deus me dê paciência

Fico fodida com a caridadezinha natalícia e a mesquinhez das pessoas. Se não querem dar, não dêem. Mas não culpem outros para alívio da consciência. Ficar ofendido com o pedido de bens não essenciais por parte de uma criança institucionalizada é de uma estupidez (malvadez) gritante. Queriam o quê? Que pedisse pão e leite? Mas só comem no Natal para fazer este tipo de pedido? São miúdos, caralho! Não podem sonhar ou desejar futilidades? Quem disse? Demasiadas pessoas, acho. Aos moralistas que pensam "estão na merda e na merda devem ficar. E nem se atrevam a sair da merda e desejar o que não merecem. Isso é um direito dos outros meninos. Pega lá um pacote de arroz e uma lata de atum. Que te sirva de lição, o Natal não é magia. O Natal é, para ti, uma lista de supermercado. Já te fizeram passar por muito e sentes-te inferior? Isso não interessa nada. Tens a obrigação de agradecer o que eu te quero dar ou, de outra forma, não levas nada", pergunto: já alguma vez tiveram o privilégio de fazer, sem esperar nada em troca, alguém, sem laços familiares ou outros, sentir-se genuinamente feliz?

Perdoo porque não sabe o que diz

Comprei uns botins. O meu sobrinho diz que são "à lésbica". O miúdo não tem nada contra a homossexualidade. Tem é algo contra os meus botins. Diz que são feios. Eu não acho. Só tenho sapatos bonitos. Os putos não sabem nada!


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Diz que é o Lenny Kravitz, mas...

a pergunta que não quer calar é, para além do gigantesco número de ácaros, quantos corpos dão para esconder naquele "cachecol"? A tragédia também pode acontecer ao próprio, se ele cai de frente, aquele "cachecol" sufoca-o por completo sem dó nem piedade.


A Christmas song


The Nutcracker

Hoje vou fazer uma coisa que já queria ter feito há muito tempo. Aliás, já o devia ter feito. Não posso falar em falta de oportunidade porque houve oportunidades. Esta é que nunca foi concretizada. Nos três anos em que andei pelos “ensaios para a imprensa”, vi muita coisa. Faltou esta. Fora dos ensaios, nunca tive quem partilhasse deste sonho (infantil) para me acompanhar. Vou com companhia, é certo. Mas uma das coisas que a maturidade traz é a capacidade de não precisarmos de ninguém para apreciar o que quer que seja.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Antes de avançar para o quarto

Fui alertada para a possibilidade de me estar a pôr a jeito para levar uma sova de um taxista. A pessoa que me alertou nasceu num táxi. Poderá não ter recordações desse dia, mas os pais têm. E parece que correu tudo bem. O homem não os expulsou do carro, apenas pediu que forrassem os bancos com cobertores. O facto de nunca mais terem visto o taxista por aqueles lados é um pormenor de mínima importância. 

Não tenho nenhum ódio em geral pelos taxistas, tenho alguns episódios negativos com taxistas em particular. Aliás, tenho a certeza que, tal como em todas as classes profissionais, há boa gente. Não me lembro é de nenhum assim de repente. Pronto, precisava de dizer isto antes de avançar para o 4º capítulo do Amor e uma barraca. Neste capítulo, a Rosinha e o Cajó vão finalmente enrolar-se e as coisas poderão ficar feias. Por isso, e na eventualidade de surgirem coisas menos próprias, antecipo já o meu sincero pedido de desculpas.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

To be or not to be

Eu sou fofinha. Juro! Mas gosto destas coisas. Deram-me este dispensador de sabonete. Fotografei-o na cozinha porque a luz é melhor.

Pela boca morre o peixe

O meu sobrinho mais velho tem 19 anos. Ele e os amigos andam sempre metidos nestas coisas dos meetings, IberAnime e etc. Nenhum deles tem carro ou carta, safam-se com os comboios, metros e autocarros. Mas têm-me sempre como plano B. Avisam-me com antecedência para ficar em alerta no dia ou dias do evento. Já lhes devia ter passado a vergonha de serem recolhidos pelos pais. Raramente precisam de mim. São três cromos. A barba cresce-lhes em tufos independentes, vestem-se em camadas, sendo a última camada com bonecada japonesa, e andam com o cabelo ligeiramente comprido e despenteado. Praticam Kendo, andam sempre em jogos de computador ou cartas (as cartas não são bem cartas, mas não sei explicar que merda é aquela. Há torneios e tudo.) compram BD traduzida para inglês e que, ainda assim, respeita a ordem de leitura nipónica. Quando calha ir buscá-los, a primeira coisa que digo é: então, caralho?! Não tenho a vossa vida. Toca a entrar! Muitas Sailor Moon ou nem por isso? E entram no carro a rabiar, invento algumas teorias e eles lá as rebatem com evidências científicas e cálculos matemáticos. Uma vez falaram-me da Teoria do Big Bang para os caracterizar. Vi alguns episódios da série, não gostei. Eles têm sentido prático e têm muito mais piada.

Mesmo não sendo dedicada à cultura japonesa, os cromos vão à Comic Com na Exponor. Já me alertaram para estar de piquete, resolvi ver o programa e agora também quero ir por causa deste senhor. Não sei é se me deixam ir com eles.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Amor e uma barraca | Capítulo III

Não há amor como o primeiro e não é que fosse moça de se gabar, mas aquela resposta era do melhor. Muitas têm SMS à borla, mas a arte e o engenho para as escrever não é para qualquer uma, pensou Rosinha. E se Deus escreve direito por linhas tortas, ela escreveu torto e clicou em enviar:

- lavu kabecas d vex em qdo!!!!!!!!

Cajó lê a mensagem e não perde tempo com a arrebatadora resposta:

- tenx tempu pra + 1 kabeca?????? dizem q bju bem, max guxtava de xaber a tua opiniao.....

- lol...... hj tou d folga!!!! andu em trabalhux dumextikus!!!

- nao prexixax d ajuda?? sei faxer varias koisas, poxu passar-t a panu.......

Os polegares de Rosinha ficam estáticos, ela não sabe o que responder. Ou melhor, sabe o que responder. A verdade é que sente palpitações localizadas e não é o coração que lhe palpita. Só tem que lhe dizer que venha. Mas receia assustá-lo com tamanho desespero. A vida já lhe provou que a sede em demasia por vezes desagua em bicas secas. Sempre que pode, diz à boca cheia que é muito mulher para algumas bicas, mas a ajuda nos seus afazeres vinha a calhar. Já há meses que sentia aquela fisgada no fundo das costas. Sabia bem a origem dela. Ora curvada, ora de joelhos, arranjar unhas não dá saúde a ninguém.

Sinais

Tenho a certeza que já falei sobre isto, gosto de algumas palavras independentemente do seu significado. Gosto da forma como soam, gosto de as ouvir. E se há palavras que podem ser conotadas de positivas ou negativas. Tenho uma selecção de positivas e uma de negativas que nunca trocam de lugar. Surpreender é sempre positivo e chocar é sempre negativo. Com a palavra devaneio, a minha atitude é de desprezo. É uma palavra bimba, usada a torto e a direito como se fosse rica, é uma palavra de trazer por casa. Depois tenho as palavras que me causam repulsa, não sendo necessariamente o seu significado repulsivo. Uma delas é a palavra higiene e todos os seus usos e derivados. Fazem-me pensar em sujidade e não há higienização possível. Hoje, ao ouvir os "Sinais" de Fernando Alves, ficaram-me estas na cabeça: Costa, Socráticos e barreira higiénica.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Color Block

RTP suspende espaço de opinião de Sócrates

 - Gosto da notícia que diz que a RTP suspende o espaço de comentário do Sócrates. E como iam fazer essa cena? Ele em directo da cadeia? Havia de ser giro!
 - Sim, seria o máximo. A única chatice era se a roupinha fosse às riscas porque, em vídeo, provoca batimento. Mas o fatinho é color block, não é?

Moiré em telas de televisão

O chamado efeito moiré é uma interferência gerada quando tentamos visualizar – numa televisão, por exemplo – um padrão através de outro. Numa televisão, as imagens são formadas por pixels, que nada mais são do que um padrão de pontos (pixel), alinhadas em linhas e colunas. Quando uma imagem de um padrão repetitivo é mostrado numa televisão, há uma interferência entre o padrão visualizado e o padrão de pixels, o que gera um terceiro padrão indesejado, isto traduz-se na redução da qualidade da imagem e consequente fadiga visual para o utilizador.

Padrões de moiré são comumente vistos direto nas telas de televisão quando uma pessoa está vestindo uma camisa ou jaqueta de tecido listrado, devido a problemas de amostragem na câmara de televisão. Como a pessoa se move, o padrão de Moiré é bastante perceptível. Devido a isso, repórteres e outros profissionais que aparecem regularmente na televisão são instruídos a evitar roupas que poderiam causar o efeito, mais comumente conhecido como “ efeito de batimento”. Por esta razão, é sempre evitado o uso de objetos e roupas com padrões de riscas ou desenhos pequenos repetidos em televisão.

In wikipedia

Grande lata

A Via Verde é pela esquerda, pagamento manual pela direita. Acontece que quem vem pela esquerda, às vezes quer ir para a direita e quem vem pela direita, às vezes quer continuar viagem pela esquerda. Eu entro pela esquerda e sigo pela esquerda. A faixa não é muito longa e, por isso, cedo passagem a quem vem da direita para a esquerda. Já não via há séculos um Honda CRX (nunca vi carro mais azeiteiro, quer dizer, os Opel Tigra ainda circulam?). O carro, conduzido por uma senhora, trazia colado na mala um autocolante com uma espécie de smile a fazer piretes (resolvi amaciar o discurso, mas não dizemos piretes. Dizemos fazer piças. Aliás, só soube da existência da palavra pirete quando estive na Covilhã. Aprendi com a minha colega de casa que era de Coimbra.) e com a seguinte mensagem: é velho, mas tu vais atrás! - Ui-ui que grande feito. Caralho, deixei-te passar!

Pay-per-view

Enquanto funcionar o saltitar de browser em browser, não quero saber da assinatura de dezoito meses e que se lixe a oferta do vôo à Europa.

domingo, 23 de novembro de 2014

Don't say a prayer for me now

Peter Paul Rubens, Gilles Néret
Olho para o espelho e vejo um rapazinho. Sinto-me um rapazinho, um rapazinho de caracóis perfeitos e cabelo saudável. Sou a versão morena de um anjo ou querubin do Renascimento. Vou exagerar na máscara de pestanas para tentar recuperar alguma sexiness.

Retratos


Gosto de fotografia documental e gosto também de ver trabalhos "artísticos" de fotojornalistas. Quando fui ver esta exposição no Centro Português de Fotografia, "perdi" algum tempo a observar a imagem à entrada. Confesso que poderá ser rebuscado e estranho e posso estar doidinha de todo, mas eu vejo ali semelhanças (distorcidas ou desconstruídas) com a Pietá. Sim, essa Pietá, a escultura de Miguel Ângelo.

Não foi uma exposição fácil de ver. Encarar os olhos e o rosto dos fotografados foi uma tarefa complicada. A nudez não passou completamente ao lado. Mas não foram corpos de desejo e luxúria que vi. Vi corpos marcados e alguns deles a desafiar a própria sobrevivência.

Eu disse que ia ao teatro

Não tive problema nenhum em deixar-me ser levada com outros para debaixo das luzes. Os meus sapatos de salto com padrão leopardo eram únicos numa maioria de botas de montanha, mas isso não me incomodou. Também tenho plena consciência da minha descoordenação e já deixei de me preocupar com isso há muito tempo. Não foi má vontade. Eu sei quais foram os motivos do meu fraco desempenho. Já tentaram bater palmas acima da cabeça com um blazer vestido? E baixar e levantar com calças de (poli)pele vestidas?

Eu avisei que ia ao teatro, não me avisaram que isto podia acontecer. Estas coisas não me chateiam, nem me inibem. Já estou habituada aos constrangimentos e até já está combinado o próximo. Prometi que os acompanhava na experiência do kizomba, bastará levar roupa menos castradora de movimentos e correrá tudo bem. E também terei que fazer um esforço para, no decorrer da missão, não causar baixas.

Terminada


Nunca senti discriminação. Nunca tive necessidade de defender as minhas tatuagens. Não gosto de vitimizações. Não posso ser vítima, fiz porque quis. Não tenho "cara" de quem tem tatuagens e a verdade é que para serem vistas tenho que as mostrar. Raramente o faço. Na praia não tenho como as esconder. E na minha vida extra-profissional, às vezes, uso roupa aberta nas costas. Ninguém me olha de lado quando o faço. Pelo contrário, há sempre alguém - que não conheço de lado nenhum - a "pendurar-se" nas minhas costas e a perguntar os significados. E isto sim, isto incomoda-me. Ofende-me o desrespeito pela minha intimidade.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Open Hamlet


- Vou ver o "teatrinho" da tua irmã!
- Fazes bem, já vi duas vezes.
- É fixe? Vê-se bem?
- É, mas é uma cena conceptual. Não sei se gostas…
- Ò foda-se, não me digas uma coisa dessas! É daquele conceptual que ninguém percebe um caralho?
- Tu vais perceber porque és inteligente e culta!
- ahahahahahahah... Pronto, já vou mais descansada. Deixo a Maria Anita em casa para a cadela não ficar frustrada!
 

Não só deste, mas de todos os géneros, raças, credos e feitios. Gosto de finais felizes.

Arthur, el perro callejero que se ganó un hogar en Suecia

No planear é que está o ganho


Nunca fui a Benidorm ou, como dizia a malta mais velha há alguns anos atrás, bebe e dorme (e riam-se como se fosse uma piada do caralhão). Ainda não fui a tanto sítio, mas a minha cisma com Benidorm prende-se com o facto de ter crescido rodeada de pessoas mais velhas - aprendi a jogar à sueca antes de aprender a ler. Assim que aprendi a ler, passei a ler-lhes as bulas dos medicamentos e as legendas dos filmes - e este, na altura, era um destino de referência. Destino para ir, ficar uns dias e voltar, no entanto encaro-o como a Boca Raton dos portugueses. Apesar de me faltarem ainda alguns anos para a reforma, já ando a tratar dos preparativos e convites. Vou lá estourar uma parte do PPR e não quero ir sozinha! Helena, és uma das convocadas. O Zé fica em casa. E a miúda, provavelmente, não vai querer ser vista connosco.

Oportunidades

Lembrei-me da viagem ao Egipto porque tenho besuntado o cabelo com um óleo artesanal que trouxe de lá. E como é gente com tradição na arte de bem conservar, comprei-o e não tenho medo de o usar.

A viagem foi feita por agência e o destino turístico foi Sharm el-Sheikh. Já sabíamos que o vôo não era directo. Tínhamos cinco horas de espera no Cairo e dois eram reincidentes nesta viagem - já lá voltaram depois da Primavera Árabe. Apesar de terem conhecimento de escapadas bem conseguidas, nunca arriscaram sair do aeroporto com medo de perder o vôo interno para Sharm el-Sheik. Fazê-lo dava um bocado de trabalho, a juntar ao desconhecimento da língua havia a dificuldade seleccionar o que se queria ver porque a janela temporal era pequena, procurar um taxista, discutir preços e tentar não ser muito enganado.


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Morreu a duquesa de Alba


 

Primeiro a Joan Rivers, agora a Duquesa de Alba. Que Deus me conserve a Lili Caneças e a sua conta de Instagram por muito tempo, preciso das suas “selfie by me” diárias. 

Por motivos diferentes, claro que sim. Mas sempre admirei estas senhoras e quando for mais crescida, já no leito da morte, quero sentir que vivi tudo e aproveitei cada minuto.

Muere la duquesa de Alba


No blogue colectivo escrevi, em 2011, sobre a boda da Duquesa. 

O amor é fodido 

O amor é lindo. O amor não escolhe idade, sexo ou religião que o diga María del Rosario Cayetana Paloma Alfonsa Victoria Eugenia Fernanda Teresa Francisca de Paula Lourdes Antonia Josefa Fausta Rita Castor Dorotea Santa Esperanza Fitz-James Stuart y de Silva Falcó y Gurtubay, AKA Duquesa de Alba: casou com várias idades, o mais provável é o sexo não ser consumado e o seu segundo marido era um ex-padre. 

Foi esta quarta-feira, 5 de Outubro, que a Duquesa de Alba e o seu jovem noivo por comparação, ela tem 85 anos e ele 60, deram o nó. De acordo com as revistas do social, a Duquesa envergou um vestido rosa pálido e apenas um grupo restrito de convidados assistiu à cerimónia na capela de um luxuoso Palácio no coração de Sevilha. 

Após intensa pesquisa sobre esta personagem, ficamos a saber que a Duquesa faz anos no mesmo dia que a Lady Gaga, e é também o dia de aniversário de uma das maravilhosas pessoas que contribuem para este blogue, é a figura com mais títulos nobiliárquicos no mundo e que esta é a terceira vez que caminha até ao altar. Talvez a última que faz pelo seu próprio pé, acrescentamos nós. 

Casou pela primeira vez a 12 de Outubro no longínquo ano de 1953, teve seis filhos e ficou viúva ao fim de vinte e cinco anos de vida em comum. 

Voltou a casar, seis anos após a morte do primeiro marido, a 16 de Março de 1978 com um ex-sacerdote e com separação de bens assinada. As segundas núpcias duraram vinte e três anos e mais uma vez ficou viúva. 

Em 2008 a Duquesa voltou a encontrar o amor ao lado de um funcionário público, começaram a namorar depois de se terem cruzado numa sala de cinema - se isto não é orientação para o serviço público, é o quê? Adiante. - Ela de rosa pálido e ele com um elegante fraque cinza escuro, tornaram-se assim, marido e mulher.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Drama

Todas sentem o mesmo, pelo menos todas as que eu conheço e conheço muitas. E isto não é bom, nem é mau. É simplesmente diferente. No entanto todas têm um medo comum: cortar o cabelo! Ou melhor, temem o resultado final de cortar o cabelo. Não sei se acontece o mesmo com eles, quer dizer, o meu sobrinho mais novo também stressa com assuntos capilares. Mas isto é sobre o meu cabelo e não o dele. Tratei do assunto segunda-feira. Marquei para sexta-feira, os dias vão passando e estou a hiperventilar. Desleixei-me e o corte será acima dos dois dedos. Vou preparada para dizer isso, mas não vou confiante. Vou cortar os caracóis e só quem tem caracóis pode perceber a minha angústia. Eu sei, sou adulta. Os adultos também choram com coisas parvas, não é?

Amor e uma barraca | Capítulo II

Passaram dois dias desde que Rosinha entregou o número de telemóvel ao taxista. E há dois dias que verificava religiosamente o estado de rede do aparelho. Hoje estava em casa, no início do ano as quartas-feiras tinham-se tornado assim. Todos os outros Salões folgam à Segunda-feira, a patroa, mulher com olho para o negócio e não só, decidiu fechar a meio da semana. “Pelo sim, pelo não: depilação em dia e pés sempre arranjados” era um dos conselhos da patroa que Rosinha seguia à risca. Quarta-feira era o dia ideal.

Entretida com a depilação, quase rasgou uma auto-estrada quando ouviu “ò princesaaaaaaaaaaaa tens uma mensagem!” Correu para ler a missiva e verificar o remente:

oi linda k faxes????????
ass. Cajó

Pensou em responder de imediato com um “lavo cabeças de vez em quando”, mas não o podia fazer. Tinha que se mostrar difícil. E tinha que pensar numa resposta misteriosa, não podia perder a oportunidade. Da última vez que tinha encurralado um, só tinha corrido bem porque ele era coxo e teve dificuldade em fugir. Mas assim que se apanhou em campo aberto, foi vê-lo correr como se não houvera amanhã. “Cabrão do manco”, pensou.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Amor e uma barraca | Capítulo I

O despertador vai soando cada vez mais perto até se tornar insuportável. Rosinha levanta-se assarapantada, tinha-se deixado dormir e estava novamente atrasada para abrir o Salão. Todos os dias repetia para si: “Rosinha, Rosinha tens que te levantar mais cedo. Já sabes que precisas de mais de um quarto de hora para enfiares as coxas e o rabo nos jeans”. Já tinha pensado em enviar SMS a si própria, poderiam ser mais eficazes que a ladainha e como são à borla, não tinha nada a perder.

Decidida a abater alguns minutos ao atraso, corre para a praça de táxis. Ao abrir a porta do primeiro da fila, Rosinha fica em êxtase com a figura magra de casaco de cabedal a escorrer pelos ombros e as entradas meticulosamente disfarçadas que quase não deixam ver a dermatite seborreica. Arrepende-se de não dado um jeito às raízes. Mas agora não havia nada a fazer. Responde à pergunta com o nome do sobejamente conhecido Salão: é para o Dente de Leão – Cabeleireiro Unisex. 


Cajó ao perceber a tristeza estampada em tão belo rosto, apresenta-se determinado em sacar um sorriso:

- Então, cara linda, porque está tão triste?
- Nem me diga nada, voltei a atrasar-me para abrir o Salão. Tudo me corre mal, nem ao amor tenho sorte. Valem-me as SMS à borla, não sei o que seria de mim sem elas.
- Vá, anime-se. Vou contar-lhe uma anedota. Uma senhora tinha um namorado que gostava muito da Brigitte Bardot e ela, para assinalar o aniversário do namorado, tatuou um B em cada nádega. À noite mostrou-lhe o rabo e ele, confuso, perguntou: mas... mas... mas quem é o Bob?!

Riram-se os dois que nem grunhos e entretanto chegaram ao Dente de Leão – Cabeleireiro Unisex. Rosinha prepara-se para sair e Cajó atira-lhe: não me quer dar o seu número? Também tenho SMS ilimitadas que preciso de gastar…

Amor e uma barraca | Sinopse

O mundo desabrochou para Rosinha no dia em que conheceu Cajó, o taxista. Atrasada para abrir o Salão, Rosinha vê-se obrigada a abrir os cordões à bolsa e recorrer à praça de táxis. Sem saber, aquela segunda-feira iria traçar-lhe o destino para sempre: “É p’ráonde?”

Amor e uma barraca é uma mensagem de esperança neste mundo de SMS à borla e relata a história de um amor suburbano entre uma manicure e um taxista.

Não entendo

Aborrecem-se com isto


e com isto


mas isto é na boa.

A passar


O beijo

Quantas bactérias há num beijo?

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Quando me dá para ser parvinha

Um amigo disse-me uma vez que facilmente se cai em desânimo quando não se consegue viver do que se gosta. E o melhor que lhe aconteceu foi encontrar um lugar na engrenagem – um emprego – que lhe permite ter como hobby o que gosta de fazer. Conheço mais gente assim, tenho uma amiga que escreve poemas nas horas vagas. Anda em tertúlias com outros como ela. Às vezes acompanho-a nessas coisas, mas muito raramente porque a poesia não me cativa por aí além, e um dia perguntaram-me:

- Também escreves?
- Sim, escrevo. Escrevo listas de compras e às vezes até rimam!

domingo, 16 de novembro de 2014

Conceito alternativo de espaço e direcção

As minhas viagens diárias são feitas em auto-estrada. Motivo pelo qual a minha condução urbana é, digamos assim, animada. Quando acontece andar de carro na cidade, tenho sempre companhia. E os meus companheiros urbanos só têm duas hipóteses: chorar ou rir. Como tenho a sorte de serem um povo divertido, riem-se. Estou a considerar cobrar pelo espectáculo. 

Parece que sim



O beijo

Klimt, Gilles Néret

O beijo

Aline 5 - Numas de colegial, Adão Iturrusgarai

Quando menos se espera

Chego a casa e vou como estou. Não há tempo para trocar de personagem, nem disposição (não gosto de sair à Sexta-feira, tal como não gosto de sair de casa ao Domingo). Precisa de alguém com quem falar e o "Sister" para acompanhar o V. não foi escolhido à toa. Apesar da camisa de colarinho rígido e do casaco com lapela, não me sinto desenquadrada porque não quero enquadrar-me. Não me interessam. Ouço-a falar das certezas, medos e inseguranças para enfrentar os projectos pessoais e profissionais que se aproximam. Mas está feliz e isso é o mais importante. E a noite acabava por aqui se não chamassem por ela. O clássico acontece: ser visto quando não se quer ser visto. Passamos para uma mesa de quatro. Não sei se é o casaco ou a camisa que mais me incomoda agora. Conheci-o no Verão, sem perguntas associadas, diz que se lembra de mim. Anedotas, coincidências, o clássico Trivial Pursuit com os " já li, já vi, não conheço, já ouvi falar e tenho mesmo que ver/ler/ouvir isso", tudo a correr bem e fui assaltada, ainda que com consentimento tácito, mas não me soube a nada. Demasiado técnico e orgânico, não no sentido de natural e bem encaminhado. É suposto a magia acontecer nestas coisas, não é? Sim, é isso. Decidi levantar-me e sair.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Sem limites


Gosto do Shameless. É uma das minhas séries preferidas. Rio-me com aquilo. Quanto mais decadente é a situação, mais me rio. E as soluções de sobrevivência? São de chorar a rir. Por vezes questiono-me se existe gente assim e já não me rio tanto. Mas depois passa-me. Felizmente.

Quem é a Kim Kardashian, pá?


Quero acreditar que o amor é poder

Considero-me uma pessoa calma e tolerante. Pronto, não sou calma. Aprendi a não me enervar com coisas sem importância, é mais isso. Mas ontem foi impossível segurar-me. Criticar o trabalho de uma equipa só porque podem, tira-me do sério. Principalmente por ser alguém que não faria igual e melhor é que nunca faria mesmo. Argumentou e contra-argumentei. A minha colega ia dando sinais e deixas para terminar a conversa. O argumento final dava-me razão, mas ainda assim não deu o braço a torcer.

- Devias tê-la deixado falar, já sabes que ela é assim. Tem que arranjar sempre problemas!
- Foda-se, ela estava a desvalorizar-nos e não sabe nada sobre o assunto! Somos sempre os últimos a sair, paus para toda a colher, fazemos omeletes sem ovos... Nós não nos vamos meter no trabalho dela! Quanto mais te baixas, mais te vêem o cu: não podia calar-me!


Esta minha colega é sempre uma incógnita: ora ferve em pouca água, ora é o fucking Dalai Lama. Nesta situação, escolheu a segunda hipótese. Dizer sim a tudo porque, e ditou a sentença científica: é falta de peso! - não dizemos mal fodida, dizemos falta de peso e dá p'rá menina e p'ró menino. Esta expressão assenta na premissa que o ser mal fodido não causa tanto mau feitio como o não ser fodido de todo.

Rio-me sempre desta razão quando não há mais nenhuma razão que justifique o mau humor e arrogância crónicos. Não lhe reconheço validade, mas a verdade é que tive uma professora que era intragável. Só faltava bater-nos porque de burros, ainda que indirectamente mas sem subtileza, já nos chamava. E foi na universidade. Ninguém pensava em frequências, que viesse o caralho do exame (falar com ela era impossível, bater-lhe estava fora de questão. Falamos com o tutor do curso e tivemos a lição número um sobre resiliência). A desculpa para a mulher ser assim era a tal falta de peso. Não sei se foi o amor, se foi o sexo. A professora encontrou um namorado e mudou totalmente. Juro! Até disponibilizou um horário flexível de atendimento para tirar dúvidas. Não houve quem não fizesse a cadeira. Pronto, houve quem não fizesse a cadeira e isso foi porque nunca puseram lá os pés. 

Eu quero acreditar que o amor foi responsável por esta mudança. O amor é poder e há várias formas possíveis de amar. Se assim não fosse, a minha tia Virgínia - não usei o diminutivo do nome por razões óbvias - seria uma das pessoas mais irascíveis à face da terra. E não o é. Ou basta-lhe o amor que temos por ela ou tem uma vida dupla há anos. Eu quero acreditar na primeira.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

The Meaning of Life

- V., vou fazer um curso de 40 horas sobre o sentido da vida!
- Tens a certeza? Porque não vês Monty Python ou lês a bíblia? Vais pagar por isso?
- É grátis, mas receio que me tentem vender um colchão no fim do curso...

Eu nem quero pensar no estrago

 - Aconselho-te a levares as coisas bem pensadas, facilmente deixas lá um montão de dinheiro! Eu só ia ver umas bolas…
 - Vou-me foder toda, não vou? Diz a verdade, vou foder-me toda?
 - Vais.
 - Vou fazer as contas, levanto dinheiro e deixo o multibanco em casa. Achas que corro risco de andar a pedir dinheiro no parque do estacionamento?
 - Corres, mas deixa o multibanco em casa. V., estabelece um valor, nunca menos de 20€ e não leves telemóvel para não ligares a pedir dinheiro. Nem vás com ninguém que te possa emprestar!

- Vou fazê-lo!
- Faz, facilmente te perdes. Como te disse, eu só ia comprar umas bolas novas e trouxe as campainhas que são tão bonitas e melodiosas, bonecos de neve fofos e um pai Natal para pendurar na porta. É tudo taaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaão lindooooooooooooooooooo!


Lamento desiludir: adoro o Natal. Gostava de ter uma família maior e que os meus sobrinhos ainda fossem pequenitos.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Condutor 100% Cool

Tenho uma amiga que entra em pânico só de pensar na possibilidade de ser parada pela polícia. Tem todos os documentos em ordem. Mas o nível de medo é sempre igual, não interessa se bebe um gin ou duas pedras sabores. Como mora perto de mim, marcamos com os outros na baixa e calhou ser ela a levar o carro.

Um dia teria de acontecer. E era impossível estar preparada para o regresso a casa:

Agente - Boa noite, os seus documentos e os da viatura, por favor.
Amiga ansiosa - Boa noite, aqui tem. Bebemos pouco, ela faz anos. Mais uns anos e chegamos aos 40, estamos muito deprimidas!
Eu - (Ah?! Estamos deprimidas?! Ò meu Deus, estou deprimida!) Pois, é isso.
Amiga ansiosa - Eu nem queria vir tão tarde, amanhã vou fazer marmelada. Tenho marmelos em casa. Também vou fazer geleia, vou usar a receita da minha avó que está inválida. Coitadinha!
Eu - (A avó está inválida?! Ò meu Deus, quando é que isso aconteceu?!) Coitadinha, veja lá, agora até lhe deu para dizer palavrões!

Feito o convite da praxe para soprar o balão, o resultado foi o esperado. Não podia acusar nada, só se ela tivesse inalado o álcool dos outros. Mas quase desejei que acusasse. Acho que daria mais sentido ao diálogo anterior.

domingo, 9 de novembro de 2014

Sou tia galinha ou babada


O miúdo faz 16 e é o segundo escorpião.

Um facto sem interesse nenhum

Galerias de Paris é um bar na Rua Galerias de Paris. Também servem almoços e jantares. É maioritariamente frequentado por turistas ou alunos de Eramus. Basta olhar para perceber. Mas se ainda assim não estranharem os ruivos e loiros, as amazonas com gosto duvidoso no vestir, a quantidade de cerveja arrumada em segundos, as bandeiras estampadas no tronco - os portugueses, no que à parolice diz respeito, não estão sozinhos no mundo -, não há como negar a evidência quando o DJ, com tendências ‘oitentistas' e azeiteiras, atira com o "Amanhã de manhã" das Doce e, numa casa cheia, só se vêem dez ou doze dedos indicadores no ar. A cada pessoa, em princípio, calha ter dois dedos indicadores. Logo estariam cinco ou seis portugueses. Se alguns dos indicadores era meu? Não! Eu estava de saída.

Quem não sabe, pergunta

Não é preciso ser neurocirurgião - há quem prefira os cardio-toráxicos ou os ortopédicos. Não tenho nada contra. Mas terá sempre o meu respeito e admiração quem souber executar uma lobotomia - para saber os grupos musculares. Salvo erro, basta ter frequentado as aulas de ciências do 6°ano. E, da última vez que confirmei, este ano é contemplado na escolaridade obrigatória. No entanto, para saber distinguir a dor boa da dor má no exercício físico, é preciso experiência. Quando não se tem conhecimento, procura-se quem sabe. Se assim pensei, melhor o fiz.

Na busca de exercícios mais específicos para os gémeos, olhei em volta para escolher o professor. Todos eles são simpáticos e solícitos. Mas, como não acho piada às insinuações simuladas, escolhi aquele que, à primeira vista, iria acreditar no meu genuíno pedido e não em possíveis segundas intenções da minha parte. Indicou-me dois exercícios de forma clara e seca. Perguntou-me pela avaliação física. Respondi que sabia da importância da avaliação e  das vantagens de a ter feito no ginásio anterior, mas que não me apetecia pagar pela avaliação. Deixou-me o aviso para a fazer e continuou a orientar-me e a orientar quem estava comigo, bem como a cobrar-me o número de séries de cada exercício.

Esta semana, na máquina abdutora, senti uma mão-garra no cachaço:

- MENINA, já marcou a avaliação fisica?
- (com os ombros a engolir o pescoço) Ainda não, mas vou tratar disso! Juro!

Ò pá, escolhi o homem certo!  I'm one of the guys! Agora, é só ganhar coragem e pedir-lhe dicas para os tríceps.

Memento em estrutura linear


Menor que três


Piropo

Estou abaixo do peso e tenho mamas pequenas - atenção, eu disse pequenas. Não disse inexistentes! -, mas tenho alguns bons atributos físicos. São dois que, acreditando nas minhas amigas, são as unhas e o cabelo. Também tenho um amigo que diz que sou boa todos os dias. O namorado diz o mesmo. Sim, o namorado dele também é da mesma opinião.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Estava a pedi-las

Um mês de ginásio e sempre com a mesma queixa: parece impossível, os abdominais nunca me doem. Não percebo, atiro-me para o chão, agarro-me às máquinas, aumento a carga e o número de séries... Só posso estar a fazer alguma coisa mal ou, então, o meu sistema muscular é desprovido de abdominais! 
Milagre. Tenho abdominais e estava a fazer alguma coisa mal. Fui a uma aula localizada de 20 minutos. Estou toda fodida dos abdominais. Ponto positivo? Não tenho tosse. Se estivesse com tosse, morria. Patinava. Quinava. Esticava-me. Extinguia-me. Falecia. Finava-me. Apagava de vez.

O meu cabelo tem vida própria

Porcos Egoístas, Andy Riley

Linda Porca, não é perseguição. Os porcos não são os únicos protagonistas deste meu género de livros. Também tenho cães, gatos, o miúdo e o tigre, detectives, famílias e o povo do Chiclete com Banana. E, assim de repente, ocorre-me que não pego num livro "sério" há mais de um mês. Vidas!

Chuva e mais chuva

Pessoas que odeiam

Não gosto de quem odeia. Só não gosto simplesmente porque não consigo odiar verdadeiramente. Não consigo odiar mesmo quando é mim que odeiam. Vivem obcecados com futura a desgraça. Não percebem que é possível cortar amarras sem peixeiradas. Não aceitam a falta de despeito. E não havendo fogo posto por outros, fazem eles a queimada cega e matam sem critério o amor puro que os rodeia. E eu não consigo desejar-lhes a morte e o fogo do inferno.

Pode parecer, mas não uso substâncias ilícitas. Juro! O que eu quero dizer é que não percam tempo a odiar. Arriscam-se a deixar passar o melhor. Uma maçã podre contamina os fracos e mata os bons. Não é preciso deitar fora a maçã, basta tirar a parte má. Nada se perde, tudo se transforma. Acredito que todos têm salvação. Até eu tenho salvação!

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Não fomos nós que começamos! Há atenuantes?

- E com isto vai zangar-se com taxista que lhe aquece os pés!
- E o taxista em vez de cobrar pela tabela, vai levar por tabela!
- Pois leva, leva que aquilo tem ar de dominatrix, castigadora: sado sem maso! Deve ser daquelas que se enche de adereços e falha na hora H à conta do esforço para se enfiar nos espartilhos!
- Sim, falta-lhe o ar e desmaia. Disseram-lhe que era falta de oxigenação na cabeça. Ela oxigenou o cabelo. Continua a desmaiar e não percebe porquê. Será? A senhora é a nossa musa!
- É, de facto, uma musa. Que Deus a conserve assim, tal e qual, sem mudar a cor de cabelo.
- O melhor é rezar a Deus para a conservar assim... fresca. Na medida do possível, claro. Acredito em milagres, mas não acredito em impossíveis!
- Devíamos ser chicoteadas em praça pública por causa disto...

Será pecado?


Costelinhas e batata frita directamente da embalagem de alumínio. E selecção de queijos do hipermercado.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Uma idade ímpar


Nasci num ano ímpar, mês ímpar, dia ímpar e numa hora par. Hoje, o ano é par, mês e dia continuam ímpares. O número perfeito é ímpar, encerra em si mesmo o princípio e o fim. Gosto dos ímpares. E em que medida afecta isto a minha vida prática? Olha, por exemplo, uso só uma mola na última peça de roupa que estendo para secar.

Não é defeito, é feitio


Foda-se.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

A propósito do alerta laranja

O meu avô materno era patrão de barco. A minha mãe conta que num dia de grande temporal, o meu avô ajoelhou-se e suplicou: "Santa Bárbara leva-me o barco, mas poupa-me os homens!" E a Santa Bárbara acudiu-lhe o pedido. Fodeu-lhe o barco e deixou os homens. A história teria mais impacto se tivesse acontecido em alto-mar. Mas o meu avô era proprietário de barcos rabelo. Subia e descia o Douro com pipos de vinho.

Possíveis 'Moral da história':

1 - Se é para pedir, pede tudo.
2 - O mais importante são as pessoas.
3 - Nunca devemos perder a fé.
4 - Ser marinheiro de água doce também tem a sua animação.
5 - Devemos olhar em volta e manter os pés bem assentes na terra.
6 - Se não tens lugar no mar, podes tentar safar-te no rio.
7 - A vida é demasiado curta para beber mau vinho.

domingo, 2 de novembro de 2014

O que é de mais é erro

Sou de compreensão lenta. Sabe Deus para perceber as minhas metáforas quanto mais as dos outros. Mas, caralho, o explícito também me transtorna.