terça-feira, 17 de março de 2015

Não faz sentido

Isto é assim, comecei o blogue porque queria escrever o que me apetecesse. E se a ideia inicial não implicava contar coisas da minha vida, acabou por acontecer. Andava feliz e contente com a sensação de dizer ao mundo e não dizer a ninguém simultaneamente. Assustei-me quando recebi o primeiro comentário de alguém que não conhecia. Mas sosseguei. Gosto de contar histórias, talvez não as escreva da melhor maneiraJá me arrependi de algumas coisas, não as vou apagar. Tenho algumas em rascunho e apetece-me ir embora.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Nem sempre, nem nunca

Fui almoçar fora. Fui a pé, fica a duas ou três passadeiras de distância. Ainda não me tinha aproximado de uma das passadeiras quando reparei que no meio da estrada estava um senhor já com uma certa idade e com duas muletas. Todos os carros que apareciam, paravam para o deixar passar. Mas o senhor mandava avançar insistentemente. E eles, esperavam uns segundos, acabavam por avançar. Até que chegou um que não avançou. O senhor lá desistiu, começou a atravessar muito lentamente e, ao mesmo tempo, dizia: já não basta chegar a este estado e ainda ser humilhado! Embora não o aceite totalmente, consigo perceber a atitude do senhor, deve ser fodido perder capacidades e estar consciente dessa perda. Ninguém gosta de ser visto como um coitadinho e de não ser visto para além dessa incapacidade. Mas a verdade é que também precisamos de algum mimo e cordialidade. Se eu fosse o condutor, também insistiria para ele passar. Não seria por desrespeito, seria por respeito, seria porque gostava que fizessem o mesmo ao meu pai ou a mim quando chegar a altura.

Sem noção

Quem sou eu para avaliar a noção do ridículo dos outros? Ninguém. Mas uma pessoa não é de ferro e saem-me barbaridades pela boca fora. Felizmente estou longe porque seria capaz de as verbalizar cara a cara. Sem dó nem piedade. Começaria assim: Ò mulher, orienta-te! Provavelmente perderia os dentes da frente. Mas ia ser divertido. Isto de manter a dentição não depende só de uma boa higiene oral e visitas regulares ao dentista. Pesa também a distância entre duas pessoas.

"Just Like Heaven"

Março, tanto durmo como faço. Sair (quase sempre) com a luz do dia. Trinta a quarenta minutos com os meus pensamentos e com a banda sonora escolhida por mim. Parar, desligar o carro, esperar que a música acabe, entrar em casa e fechar a porta ao mundo.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Chegou-me por e-mail

E estou a decidir o que devo valorizar.

Muita informação

Um branqueia dinheiro, outro esquece-se de pagar à segurança social, ex-inspector mete-se em gangs, directores desviam dinheiros e um presidente recorre a serviços de táxi pouco ortodoxos. E eu é que tenho que arcar com as taxas dos sacos do supermercado porque é uma medida ecológica? Conto receber uma medalha por ajudar a diminuir o buraco do ozono. Ou pegada ecológica.

quarta-feira, 4 de março de 2015

The birds and the bees

Tenho uma cerejeira no terraço. Está num vaso. Não dá cerejas, mas dá flores e isso basta-me. As cerejeiras, para dar cerejas, precisam da companhia de outra cerejeira para a polinização das flores fêmeas. Mas não tenho espaço para isso. Se tivesse espaço, seriam japoneiras e não cerejeiras que plantaria. As camélias trazem-me boas recordações. E por isso tatuei três camélias.

O azevinho, fiquei a saber o ano passado, também se divide em macho e fêmea. E quem têm as bolas é a fêmea. Curiosamente, também o ano passado, confirmei que a coragem é um atributo feminino.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Isto é assim

Cada uma é como cada qual e usa o que quer e como quer, mas faz-me confusão perceber, através do baixo relevo na cintura, onde acabam os collants.  Os vestidos de malha são os mais ingratos nestas coisas dos elásticos interiores. Eu sei que apertam, mesmo quando são o nosso tamanho e, por isso, há truques que podem ser usados:

- Meias de ligas auto-fixantes.
- Puxar os collants até às mamas (não é tapar as mamas com eles, é por baixo das mamas!).
- Um golpezinho em cada lado do elástico dos collants.

Pronto.

domingo, 1 de março de 2015

Impossível?


Aniversário social e coincidências da vida, encontra alguém que não vê há mais de vinte anos. Na altura, a menina, como ela lhe chamou, tinha dezasseis anos. Hoje tem trinta e nove e diz que está "numa idade tramada". Sente o prazo a acabar, "queria  ser mãe num contexto de um grande amor. Tu não sentes isso?" Disse-lhe que não, mas não sei se não sentirei o mesmo quando chegar à idade dela. A juntar à dificuldade de encaixar a parentalidade num grande amor e numa janela temporal, fala-me de um problema que tem no útero - não sei explicar, mas acontece-me muitas vezes. Não me conhecem de lado nenhum e ainda assim contam-me as suas vidas. Começo a acreditar no que já me disseram várias vezes: tu és a "girl next door", pá!" - , a O. dá-lhe esperança ao falar no problema idêntico que tem e como conseguiu engravidar naturalmente. E eu como não acredito em impossíveis, mas acredito em milagres, disse-lhe: vai acontecer. Acredita. Ainda vais andar à minha procura para me contar a novidade.