segunda-feira, 6 de abril de 2015

O poder da palavra - 1

O meu pai fez parte de uma confraria religiosa que, para além de outras coisa, visitava estabelecimentos prisionais. Um dia, o meu pai, pediu-me que o desenrascasse. Tinha que escrever um texto sobre o que significava para ele a visita aos presos. Escrevi, pai é pai e o homem não tem jeito. Estas coisas iriam ser lidas num retiro - a minha família não é normal - e quando regressou, disse: ò rapariga, que foste tu escrever! Ficou tudo com a lágrima no olho. 
E o que é que eu aprendi com este episódio? Que há qualidades que os filhos vão buscar às mães. Ao meu pai fui buscar o amor pelos animais. Partilhamos esta ligação especial que, às vezes, nos faz preferir a bicheza às pessoas.

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