quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra

Não tenho nada contra o politicamente correto, principalmente quando usado com cordialidade. Não acredito no ferir suscetibilidades só porque sim e com o argumento “é a minha opinião”. 

Isto sem exageros, como é óbvio, não me parece muito digno usar o politicamente correto para não parecer mal ou em proveito próprio, tal como não me parece bem alguém sentir que não pode falar por causa dele. Mas qual é, objetivamente, o limite do politicamente correto?

Lembrei-me disto porque, isto é assim, andava pelo Facebook e vi uma publicação noticiosa “Miss Helsínquia gera onda de críticas e é considerada ‘feia’”. Percebi à primeira leitura que a moça é finlandesa de ascendência nigeriana. Pensei, “caralho, lá está esta malta com preconceitos e purismo bacoco: racistas de uma figa! Ora deixa lá ver a carita da miúda”. CA-RA-LHO, a senhora não é muito bonita. Há mais feias? Há! Mas, foda-se, aquilo não é um concurso de beleza? A culpa não é da moça, claro está, e não merece ser insultada, nunca e em situação nenhuma! Que merda é essa, seus malcriadões! Mas a verdade é que pensei o mesmo que alguns, o júri escolheu aquela rapariga para não ser acusado de racismo.


Há muitos anos atrás, falava com uma amiga e ela dizia-me que ia procurar um estágio num jornal desportivo. Se não a contratassem, no final do estágio, acusava-os de discriminação. A ideia era genial, rimo-nos muito, mas nunca o fez. 


Ora bem, voltando à pergunta inicial: a resposta podia ser o bom senso, mas o bom senso de cada um não é verdade universal. E, posto isto, senhoras, tenham orgulho em ser mulheres! Senhores, não tenham orgulho em ser homens, seus porcos chauvinistas!

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